sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

MATÉRIA SOBRE SAÚDE : DST E HIV / AIDS

Novos dados informarão ações para prevenção e assistência às DST e ao HIV/Aids em São Paulo


HIV

São Paulo, 2 de setembro de 2013 - Novos dados sobre doenças sexualmente transmissíveis (DST) e HIV/Aids divulgados recentemente irão pautar o plano de trabalho a ser desenvolvido pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) com o Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, incluindo ações de prevenção e assistência no sistema prisional feminino do Estado de São Paulo.


Novo boletim epidemiológico
Na última terça-feira, 27 de agosto, um seminário realizado pela Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo apresentou os dados divulgados no Boletim Epidemiológico de Aids, HIV e DST do Município de São Paulo e debateu estratégias de enfrentamento da epidemia de Aids. Segundo o boletim, o pico da epidemia de Aids na cidade de São Paulo ocorreu em 1996, com 67 casos por 100 mil habitantes. Já em 2010, foi observada uma queda de 53% na incidência da doença, com 21,3 casos por 100 mil habitantes.
Também houve uma redução na mortalidade por Aids, que caiu de 31 por 100 mil habitantes em 1995, para oito por 100 mil habitantes em 2010. Na distribuição por sexo chama a atenção o aumento da razão entre os sexos, que foi de 2 homens/1 mulher até 2010 e subiu para 3 homens/1 mulher em 2011. 
Com a profilaxia sistemática da transmissão vertical do HIV, houve uma queda de 68% na taxa de incidência da população de zero a quatro anos entre 2000 e 2004, seguida de uma nova queda de 26% entre 2008 e 2011.
Além disso, o boletim destacou que o envelhecimento das pessoas vivendo com HIV (PVHIV), devido ao aumento  tanto do número de  indivíduos que foram diagnosticados acima dos 50 anos como da sobrevida das PVHIV, traz demandas de saúde relacionadas às comorbidades, cada vez mais frequentes,  que deverão ser atendidas  pelo sistema de saúde. 
HIV e sífilis no sistema prisional feminino do Estado de São Paulo
Também em agosto, a Secretaria de Estado da Saúde e a Secretaria de Administração Penitenciária do Estado de São Paulo divulgaram uma pesquisa preliminar sobre O HIV e a Sífilis no Sistema Prisional Feminino do Estado de São Paulo. Entre os eixos temáticos da parceria entre o UNODC e o Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, destaca-se a área de prevenção e assistência às DST e ao HIV/Aids em contextos de vulnerabilidade, especialmente no sistema prisional.
Os dados mostram que 2,8% das 8.914 mulheres privadas de liberdade que participaram do estudo tiveram testagem positiva para o HIV, enquanto 7% testaram positivo para a sífilis. Entre as mulheres infectadas por HIV, 20% relataram já terem utilizado ou serem usuárias de drogas não-injetáveis. É importante ressaltar que estes dados ainda estão sob revisão.
O estudo foi realizado em todos os presídios femininos do estado de São Paulo entre 2012 e 2013. Dentre as 11.525 mulheres em privação de liberdade das 19 unidades prisionais consultadas, 83,2%, ou 8.914, fizeram os testes. A população carcerária feminina no país é de aproximadamente 33.289 mulheres.
Segundo a Coordenadora do Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo, Eliana Battaggia Gutierrez, o município colaborou com a pesquisa realizando treinamentos e executando testes rápidos para diagnóstico de HIV e sífilis nas penitenciárias femininas de Santana, São Miguel e Butantã. "Desta experiência resultou a convicção de que é necessário que o Programa Municipal e as demais áreas da Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo passem a atuar sistematicamente na prevenção, profilaxia e tratamento de DST, HIV, Aids e hepatites junto à população privada de liberdade", afirmou Gutierrez.
Nara Santos, coordenadora da área de HIV/Aids do Escritório de Ligação e Parceria do UNODC no Brasil, ressaltou a importância de que as ações em parceria com  o Programa Municipal de DST/Aids de São Paulo sejam desenvolvidas com base em dados atuais: "Para uma resposta adequada à Aids e outras DST em contextos de vulnerabilidade, como o sistema prisional, é preciso conhecer a situação de prevalência e os fatores de vulnerabilidade associados".

O UNODC é um das agências co-patrocinadoras do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (UNAIDS) e é a agência líder da ONU para a prevenção do HIV entre usuários de drogas e entre pessoas vivendo em privação de liberdade.

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